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Maxakalisaurus topai

O Maxakalisaurus topai é mais um titanossauro descoberto no Brasil, com treze metros comprimento e nove toneladas é um dos  maiores dinossauros registrado até então no país. Ele foi encontrado próximo à cidade de Prata, no estado de Minas Gerais, pela equipe do paleontólogo Alexander W. A. Kellner. 

CLASSIFICAÇÃO:

 

FILO: CORDADO

CLASSE: REPTILIA

SUPERORDEM: DINOSAURIA

ORDEM: SAURISCHIA

SUBORDEM: SAUROPODOMORPHA

INFRAORDEM: SAUROPODA

CLADO: TITANOSAURIA

FAMÍLIA: AEOLOSAURIDAE

TRIBO: AEOLOSAURINI

GÊNERO: MAXAKALISAURUS

ESPÉCIE: MAXAKALISAURUS TOPAI

          Fig. 1  retirado de http://www.wikidino.com/?tag=maxakalisaurus (19/03/11 às 15:30).

DESCOBERTA:

 

  Durante estudos na região de Campina Verde a geóloga Karen Goldberg detectou alguns ossos e os levou ao Museu Nacional (Rio de Janeiro), onde posteriormente foram confirmados como sendo de dinossauros por Sérgio Azevedo, diretor da instituição na época.

  Quatro expedições foram realizadas (1998, 2000, 2001 e 2002) pelo Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional na rodovia Campina Verde, distante 45 km da cidade de Prata, Minas Gerais, na chamada Serra da Boa Vista.

  Localizou-se num espaço de 40 m² um esqueleto parcial de Maxakalissauro, juntamente com dentes crocodilomórficos, vestígios de outros terópodes e de elementos de tartarugas. Também foram relatados ossos de um segundo Maxakalissauro e uma vértebra caudal que pode ou não ser da mesma espécie, porém considera-se que a maioria dos fósseis pertence a um único indivíduo.

O DINOSSAURO:

 

  O nome Maxakalisaurus topai (“lagarto Maxakali”) remete a um grupo indígena chamado Maxakali, uma das tribos Macro-Jê da região, sendo a palavra Topa uma referência a um antigo deus adorado pelo grupo étnico.

 Sua descoberta se deu no que foi considerado como Formação Adamantina, do Grupo Bauru, tendo provavelmente vivido no Cretáceo Superior, cerca de 80 milhões de anos, durante as eras geológicas de Turoniana a Santoniana (93,5 milhões de anos até 83,5 milhoes de anos) ou durante as eras Campaniana a Maastrichtiana (83,5 milhões de anos até 65,5 milhões de anos).

  Ele se encaixa ao clado dos titanossauros, típicos saurópodes que habitaram em sua maioria a America do Sul, África e Índia, sendo o quinto deste tipo descoberto no Brasil. Viveram em bandos pastando pela região, na época com caracteres de semi-árido, caminhando com seu pesado corpo de aproximadamente 9 toneladas, sendo um dos maiores animais do continente Gondwana.

ESQUELETO:

 

  Foram recolhidas doze vértebras cervicais, parte de sete costelas dorsais, uma coluna sacral neural, seis caudais, ambos os húmeros, uma osteoderma, uma fíbula incompleta, entre outros restos. O achado mais importante foi a da maxila direita com cinco alvéolos, sendo que os quatro primeiros ainda possuem os dentes. Tal elemento era inédito, até então, para saurópodes no Brasil.

 As vértebras cervicais foram comparadas com as de Gondwanatitan e Trigonossauro (únicos titanossauros brasileiros com cervicais conhecidas na época), e houve comparações com outros saurópodes a partir de outros ossos, como o Alamossauro e o Saltasaurus.

  A dificuldade maior estava nas comparações ósseas com outros titanossauros brasileiros, pois muitos elementos ósseos não foram encontrados ou foram achados em poucos animais, como o úmero que foi encontrado apenas no Maxakalissauro e no Godwanatitan até aquela época. 

Fig. 2 Maxila do Maxacalissauro.

AMBIENTE:

 

  O Maxakalissauro viveu num ambiente em contraste, com épocas de estiagem e períodos chuvosos, além de, provavelmente como outros saurópodes, ter vivido em manadas pastando por diversas regiões. Durante a descoberta de seus fósseis, foi constatada a presença de desgaste ósseo e dentes de crocodilomorfos e terópodes, indicando que o animal, após sua morte foi predado por carniceiros e, até mesmo, pisoteado por eles ou outros animais.

 

 

APARÊNCIA:

 

  O Maxakalissauro provavelmente tinha entre 13 a 20 metros de comprimento, com cerca de seis metros de altura e pesava em torno de nove toneladas e como a maioria dos saurópodes vivia em bandos e se alimentava constantemente de plantas. Embora seu tamanho não seja tão expressivo quanto seus parentes de outros países, ele está entre os maiores dinossauros do Brasil descobertos até então.

  Entre os achados estão osteodermas que ficavam em seu dorso, uma espécie de couraça que protegia o animal de ataques de outros animais, tornando a região das costas dura e resistente. Essa característica o aparentava a um grupo específico de saurópodes titanossauros, os Saltasauridae, cujos animais apresentavam esta proteção dorsal. Todavia, comparado com o Saltassauro (dinossauro que deu nome à família Saltasauridae), existem diferenças no formato das osteodermas e, relacionando com outros titanossauros, vemos que o Maxacalissauro tinha uma proximidade filogenética com Isisaurus e Mendozasaurus que não pertencem a esse grupo especifico.

  Somente em 2011, descobriram que a família do Maxakalissauro era a dos Aeolosauridae, que incluem alguns dinossauros argentinos e os brasileiros Aeolosaurus maximus e Gondwanatitan faustoi.

Fig. 3 Disposição óssea dos fósseis encontrados. 

DINOPRATA:

 

  O dinossauro foi apresentado ao meio acadêmico em 2006. Em homenagem à sua descoberta, houve um concurso que nomeou a nova espécie como Dino Prata, dada a localidade de seus fosseis. O Museu Nacional inaugurou também uma exposição onde o esqueleto do dinossauro apresenta-se totalmente reconstituído, sendo a primeira vez no Brasil que se faz um trabalho desses com base em um dinossauro nacional de grande porte.

Fig. 4 Reconstituição em vida de Maxakalisaurus topai (arte de Orlando Grillo).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

“Kellner, A.W.A.; et al..(2006). "On a new titanosaur sauropod from the Bauru Group, Late Cretaceous of Brazil" Boletim do Museu Nacional Geologia (74): pp. 1–31. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ.”

 

http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/cacadores-de-fosseis/a-descoberta-de-um-gigante.

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