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Macrocollum itaquii

O Macrocollum é um dos primeiros dinossauros de pescoço longo a surgir na terra. Era um animal bípede, de mais de 3 metros de comprimento, sendo que seu pescoço tinha um metro. Vivia em bandos com outros de sua espécie, numa época que os dinossauros iriam, definitivamente, dominar o mundo.

CLASSIFICAÇÃO:

 

FILO: CORDADO

CLASSE: REPTILIA

SUPERORDEM: DINOSAURIA

ORDEM: SAURISCHIA

SUBORDEM: SAUROPODOMORPHA

FAMÍLIA: UNAYSAURIDAE

GÊNERO: MACROCOLLUM

ESPÉCIE: MACROCOLLUM ITAQUII

Macrocollum itaquii.jpg

DESCOBERTA:

   No ano de 2013 pesquisadores realizaram uma prospecção de fósseis no sítio Wachholz, na zona rural da cidade de Agudo, no Rio Grande do Sul. Tal escavação encontrou fósseis em excelentes estados de conservação que representavam dinossauros de uma mesma espécie. O material foi coletado e levado para o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA), da Universidade Federal de Santa Maria, na cidade de São João do Polêsine.

   Com um estudo mais detalhado, os paleontólogos identificaram nos antigos esqueletos três indivíduos, dos quais um estava parcial, enquanto os outros dois estavam praticamente completos. De fato, ele está entre os dinossauros brasileiros descobertos com a anatomia mais bem preservada. Após a devida preparação e estudo dos fósseis, os paleontólogos Rodrigo Müller, Max Langer e Sérgio Dias-da-Silva batizaram e descreveram o Macrocollum, apresentando-o através de artigo científico publicado na Revista Biology Letters em 2018.

ETIMOLOGIA:

   O nome Macrocollum surgiu da junção das palavras “macro” e collum, grega e latina, respectivamente, que significa pescoço comprido. Já o nome da espécie, itaquii é uma homenagem à José Jerundino Machado Itaqui, que foi um dos fundadores da CAPPA, centro de referência quanto à estudos paleontológicos no sul do Brasil. 

Macrocollum fossil.jpg

 Fig. 2: Três fósseis de Macrocollum, divulgação Rodrigo Müller, retirado de https://revistapesquisa.fapesp.br/com-pescoco-longo-e-225-milhoes-de-anos/ (25/02/21 às 20:00). 

O DINOSSAURO:

   O Macrocollum tinha 3,5 metros de comprimento, uma altura que podia chegar a dois metros, era bípede, seus pés continham 5 dedos, sendo três centrais para se apoiar no solo, um quarto mais elevado e um quinto quase vestigial. Nas mãos, quatro garras se destacavam, usadas mais para defesa do que ataque.

  O Macrocollum tinha dentes que indicavam uma alimentação herbívora e seu pescoço longo já o auxiliava na procura de ramos de folhas em árvores altas. Este era o início definitivo dos saurópodes, que após milhões de anos seriam animais quadrúpedes, de pescoço e caudas longos e com tamanhos gigantescos. Uma característica interessante está na vida em grupos desses dinossauros, conforme os três fósseis do espécime encontrados juntos, sendo uma das mais antigas evidências de matilha para os sauropodomorfos.

   Ele viveu durante o período Triássico há 225 milhões de anos atrás, na era conhecida como Noriano. Esse foi um período decisivo, pois a partir deste momento os antigos répteis que habitavam o único continente da Pangeia desapareceriam, abrindo espaço para a conquista global dos dinossauros. Aliás, foi cunhado um nome para essa época de Império Prossauropoda, visto que esses dinossauros começaram a aparecer em todo o globo e aumentar ainda mais de tamanho.

  Um detalhe interessante é que o Macrocollum já era grande o suficiente para não ser atormentado por predadores, sendo que os dinossauros carnívoros da época ainda eram de tamanho diminutos. Algo que também iriam mudar ao longo do tempo.

   Por fim, este dinossauro permitiu uma análise mais detalhada quanto à evolução dos saurópodes, de modo que os autores propuseram criar uma nova família, a Unaysauridae, que incluem o Unayssauro, também do Rio Grande do Sul, indicando que as linhagens de dinossauro brasileiros, são bem mais antigas que se supõe.

Macrocollum 1.jpg

Fig. 3: Arte de Márcio L. Castro, retirado de https://revistapesquisa.fapesp.br/um-velho-pescocudo/ (25/02/21 às 20:00).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Müller R. T., Langer M. C., Dias-da-Silva S. (2018). An exceptionally preserved association of complete dinosaur skeletons reveals the oldest long-necked sauropodomorphs. Biol. Lett. 14: 20180633. http://dx.doi.org/10.1098/rsbl.2018.0633

 

Müller, R. T., Garcia, M. S., & Silva, S. D. (2020). Evidências da origem e ascensão dos dinossauros sauropodomorfos preservadas em leitos fossilíferos do Triássico do Sul do Brasil. Terræ Didatica, 16, 1-13, e020013. doi:10.20396/td.v16i0.8657367

 

https://www.dw.com/pt-br/descoberto-no-brasil-dinossauro-de-pesco%C3%A7o-longo-mais-antigo-do-mundo/a-46395667

 

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2018/11/mais-antigo-dinossauro-pescocudo-e-brasileiro-dizem-pesquisadores.shtml

 

https://revistapesquisa.fapesp.br/com-pescoco-longo-e-225-milhoes-de-anos/

 

https://revistapesquisa.fapesp.br/um-velho-pescocudo/

 

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