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Ludodactylus sibbicki

O Ludodactylus foi um pterossauro, réptil alado, que viveu na região nordeste do Brasil a milhões de anos atrás. As principais características que chamam atenção deste animal eram sua crista sob a cabeça e os dentes afiados de seu bico. 

CLASSIFICAÇÃO:

 

FILO: CORDADO

CLASSE: REPTILIA

ORDEM: PTEROSAURIA

SUBORDEM: PTERODACTYLOIDEA

SUPERFAMÍLIA: ORNITHOCHEIROIDEA

FAMÍLIA: ORNITHOCHEIROIDAE

GÊNERO: LUDODACTYLUS

ESPÉCIE: LUDODACTYLUS SIBBICKI

Fig. 1: retirado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ludodactylus.jpg#/commons.wikimedia.org/ wiki/User: FunkMonk" (Michael B. H.) (19/09/2015 às 11:50).

DESCOBERTA:

 

  O primeiro fóssil do Ludodactylus a ser estudado corresponde ao fóssil de sua face em uma placa calcária, contendo também o fóssil de um pequeno peixe e de uma folha. Infelizmente, de maneira ilegal, este fóssil foi vendido para a Europa e adquirido pelo Museu Estatal Alemão Naturkunde Karlsruhe, sendo posteriormente estudado pelos paleontólogos Eberhard Frey, David Martill e Marie-Céline Buchy e, por fim, apresentado ao meio científico no ano de 2003.

  Ao que tudo indica, e conforme fontes indicaram aos autores, o fóssil teria vindo do município de Nova Olinda, estado do Ceará. Esta localidade está no Membro Nova Olinda, Formação Crato.

  Outro exemplar fóssil de Ludodactylus, muito bem preservado e correspondendo apenas à face do pterossauro, foi posto a venda em 2010 no site da casa de leilão francesa Sotheby´s. Tal fato foi questionado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) por colocar em leilão este e outros fósseis brasileiros, algo contrário às leis brasileiras. A casa de leilão retirou a oferta do site, porém o paradeiro final do fóssil é até hoje desconhecido, sendo provável que tenha ido parar em alguma coleção particular.

ETIMOLOGIA:

 

  O nome Ludodactylus vem da junção das palavras em latim ludus, que significa brincar, e dactylus que significa dedo longo, sendo também uma referência comum para pterossauros. Esta combinação de palavras surgiu porque a indústria de brinquedos já havia criado, anos antes, um pterossauro com as características exatas do Ludodactylus.

  Aconteceu o seguinte: durante anos brinquedos do Pteranodon, um pterossauro da América do Norte, foram produzidos com dentes (o Pteranodon não tem dentes). O Ludodactylus era muito parecido com ele, só que possuía dentes; então pode-se dizer que a indústria de brinquedos “previu” a existência deste animal anos antes de ser descoberto. Portanto Ludodactylus significa “pterossauro de brincar”.

  Sibbicki é uma homenagem ao paleoartista John Sibbick, artista que durante anos vez imagens de ambientes pré-históricos para livros, revistas e enciclopédias.          

O PTEROSSAURO:

 

  Ludodactylus sibbicki foi um pterossauro de porte médio, com um crânio medindo 66 centímetros e uma envergadura de uma ponta a outra das assas de dois (2) metros. Seus dentes indicam que podiam capturar as presas em pleno voo, por exemplo, ao pegar um peixe após um rasante próximo a água. A sua crista era bem marcante, talvez fosse diferente entre machos e fêmeas, sendo usada para atrair parceiros durante o acasalamento.

  Ele foi um pterossauro bem incomum, afinal se parecia muito com o Pteranodon, contudo era da família do Anhanguera, outro pterossauro do Brasil que tinha dentes, mas nenhuma crista.

  Embora incerto, ele deve ter vivido durante o Período Cretáceo, na idade do Albiano, entre 113 a 100,5 milhões de anos atrás. Naquela época o clima da região nordeste era mais ameno, com florestas tropicais e uma grande quantidade de lagos, o que atraia uma extensa variedade de seres vivos. Também aconteceu de parte do Oceano Atlântico ter adentrado no continente, produzindo um ambiente perfeito para os pterossauros.

A FOLHA:

 

  Junto ao fóssil do Ludodactylus estavam uma folha e um peixe. O peixe era um Dastilbe crandalli, muito comum naquela época. Já a folha era novidade, já que ela estava presa ao bico do animal. Ao que tudo indica, o Ludodactylus acabou engolindo a folha por engano e não conseguiu se livrar dela, algo que acontece às vezes com algumas espécies de pelicanos.

  Depois de um tempo a folha causou uma infecção na boca dele, adoecendo e levando à morte o animal por sepsia generalizada. O pterossauro, junto com o responsável pela sua morte, foram fossilizados e viraram esta peça bonita e curiosa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

Frey, E., Martill, D., and Buchy, M. (2003). A new crested ornithocheirid from the Lower Cretaceous of northeastern Brazil and the unusual death of an unusual pterosaur. In: Buffetaut, E., and Mazin, J.-M. (eds.). Evolution and Palaeobiology of Pterosaurs. Geological Society Special Publication 217: 56-63

 

http://sobrepedra.blogspot.com.br/2010/10/fosseis-da-chapada-do-araripe-leiloados.html

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