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Maaradactylus kellneri

O Maaradactylus foi um pterossauro brasileiro que viveu durante o Cretáceo, tendo medido 4 metros de envergadura de assas, com uma boca lotada de dentes finos e pontiagudos e uma crista sob o bico.  

CLASSIFICAÇÃO:

 

FILO: CORDADO

CLASSE: REPTILIA

ORDEM: PTEROSAURIA

SUBORDEM: PTERODACTYLOIDEA

CLADO: ORNITHOCHEIRODEA

CLADO: PTERANODONTIA

CLADO: PTERANODONTOIDEA

FAMÍLIA: ANHANGUERIDAE

GÊNERO: MAARADACTYLUS

ESPÉCIE: MAARADACTYLUS KELLNERI

Maaradactylus.jpg

Fig. 1: Arte de Maurilio Oliveira, retirado de Bantim et. al., 2014.

DESCOBERTA:

 

   Em 2010 um trabalhador rural estava roçando o solo, para uma plantação de milho, quando percebeu que havia encontrado um fóssil. Aquele era o sítio São Gonçalo, popularmente conhecido como Descampado, localizado na zona rural do município de Santana do Cariri, no Ceará, próximo ao Geoparque Araripe, em torno de 200 metros da divisa.

   O trabalhador avisou o proprietário sobre a descoberta, o professor e sociólogo Plácido Cidade Nuvens (1943 – 2016), que é fundador e era curador do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA). O fóssil não poderia estar em mãos melhores, visto que ele tão logo providenciou para que ocorresse uma escavação no local e o material encontrado fosse encaminhado para o Laboratório de Paleontologia da URCA, sendo preparado e estudado.

   O fóssil descoberto consistia na parte superior do crânio de um pterossauro que, embora fragmentado em cinco parte, indicava se tratar de um novo espécime ainda não descrito. Deste modo uma equipe de paleontólogos brasileiros, formado por Juliana Sayão, Renan Bantim, Antônio Saraiva e Gustavo Oliveira, estudaram o material e em 2014 apresentaram o Maaradactylus ao público através de artigo científico publicado na revista Zootaxa. Nota-se a relevância deste estudo, visto a participação apenas de pesquisadores do Brasil e a importância da região quanto à fauna de pterossauros do Cretáceo.              

 

 

ETIMOLOGIA:

 

   O novo pterossauro foi batizado de Maaradactylus kellneri. O nome do gênero Maaradactylus foi dado com a junção da terminação dactylus, utilizada para designar pterossauros de uma maneira geral, com o nome Maara, que é uma figura da cultura brasileira. Maara era filha de Jurema e Manacá, enfeitiçada pelos pais para se transformar numa serpente de longos cabelos.

   O nome da espécie, kellneri, é uma homenagem à Alexander Wilhelm Armin Kellner, um paleontólogo brasileiro internacionalmente conhecido por ter contribuído com muitos estudos sobre paleontologia, em especial pterossauros e dinossauros brasileiros, sendo diretor do Museu Nacional (quadriênio 2018/2021) e orientador na formação de diversos alunos na área, como Juliana Sayão, que batizou o novo pterossauro.

Maaradactylus_kellneri.png

Fig. 2: Fóssil original do Maaradactylus (Bantim et. al., 2014).

O PTEROSSAURO:

 

    O Maaradactylus foi um pterossauro de bico longo, cheio de dentes, terminado numa protuberância semicircular um pouco achatada. Sua cabeça media 75 centímetros de comprimento, com uma envergadura de assas em torno de 4 metros, embora apenas o fóssil de parte superior da crânio fora encontrado.

   O Maaradactylus é muito parecido com os pterossauros Anhangueras, sendo que são da mesma família de pterossauros. A diferença está na protuberância no seu bico que era muito maior e chamativa, além de que possuía 50 pares de dentes na boca, enquanto outros pterossauros do tipo tinham numa média de 12 a 22 pares. Os dentes eram finos e alongados, sendo maiores na ponta e diminuíam até o começo da boca, usados para pegar peixes escorregadios e outros animais marinhos: uma vez em sua boca nenhuma presa, por mais que se debatesse, conseguiriam escapar.

   O fóssil do Maaradactylus foi encontrado na Formação Romualdo, no geossítio Cana Brava, dentro do Grupo Santana, na Chapada do Araripe. Aquela região é datada do Período Cretáceo, entre o Aptiano e o Albiano, entre 125 e 100,5 milhões de anos atrás. Naquela época a região do Ceará era banhada pelo recém-nascido Oceano Atlântico, com lagos e praias ricos em biodiversidade, não apenas de insetos e peixes, mas de pterossauros e dinossauros. Sob estes mares antigos o Maaradactylus planava na constante busca por comida, quando avistava sua presa enfiava seu bico na água e o agarrava sem muita dificuldade. Embora apenas um fóssil seja conhecido, no futuro, com mais prospecções, novo indivíduos podem ser descobertos e esclarecer mais sobre esta antiga espécie de pterossauro.

Maaradactylus 1.jpg

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Renan A. M. Bantim; Antônio A. F. Saraiva; Gustavo R. Oliveira; Juliana M. Sayão (2014). "A new toothed pterosaur (Pterodactyloidea: Anhangueridae) from the Early Cretaceous Romualdo Formation, NE Brazil". Zootaxa. 3869 (3): 201–223.

 

Holgado, B.; Pêgas, R.V. (2020). "A taxonomic and phylogenetic review of the anhanguerid pterosaur group Coloborhynchinae and the new clade Tropeognathinae". Acta Palaeontologica Polonica. 65.

 

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/10/nova-especie-de-pterossauro-e-descoberta-no-nordeste.html

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