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Lacusovagus magnificens

O Lacusovagus magnificens está entre os maiores pterossauros descritos para a região nordeste do Brasil, sendo mais um dos famosos répteis alados que conviveram com os dinossauros durante a Era Mesozoica.   

CLASSIFICAÇÃO:

 

FILO: CORDADO

CLASSE: REPTILIA

ORDEM: PTEROSAURIA

SUBORDEM: PTERODACTYLOIDEA

SUPERFAMÍLIA: AZHDARCHOIDEA

FAMÍLIA: CHAOYANGOPTERIDAE

GÊNERO: LACUSOVAGUS

ESPÉCIE: LACUSOVAGUS MAGNIFICENS

Fig. 1: retirado de http://www.multi.fi/~rback/material/illustration/Lacusovagus.jpg (07/07/2015 às 19:30).

DESCOBERTA:

 

  O único fóssil encontrado até o momento é uma amostra parcial do crânio do Lacusovagus, uma porção do bico com 70 centímetros, o que não prejudicou a sua descrição como uma nova espécie, visto que muitos dos seus parentes já foram encontrados pelo mundo. O grande problema é que o fóssil foi contrabandeado para fora do Brasil e acabou num museu alemão, o que contraria seriamente as leis brasileiras que não permitem a venda e comercialização dos fósseis brasileiros.

  A própria origem do material é controversa: a pessoa que estudou e descreveu o espécime, Mark Witton, afirma que o fóssil fora vendido em 2004 para o Museu Estatal de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha. Contudo, a Universidade de Portsmouth da Inglaterra, onde Mark trabalha, divulgou que o material do Lacusovagus ficou esquecido no museu alemão por anos até ser encontrado por Mark Witton em 2005.

  Apesar de tudo isto, foi possível estimar a origem do material e sua idade com base em análises estratigráficas das rochas existentes no fóssil. Os resultados indicaram que ele veio da Chapada do Araripe, dentro do Membro Nova Olinda, Formação Crato, mais especificamente no estado do Ceará. Talvez tenha vindo de pedreiras entre as cidades de Nova Olinda e Santana do Cariri (exceto das minas Tatajuba e Antonio Felipe), cujas rochas são datadas para o Período Cretáceo, durante a era Aptiana, de idade entre 125 a 113 milhões de anos atrás. Lacusovagus foi apresentado à ciência em 2008, após estudos feitos pelo paleontólogo inglês Mark Witton. Atualmente seu material está guardado no museu alemão de Karlsruhe. 

ETIMOLOGIA:

 

  O nome Lacusovagus significa ‘andarilho do lago’, e vem da junção das palavras lacus (lago em latim) e vagus (que significa “que anda sobre as águas”). Já o nome referente à espécie, magnificens, significa magnífico em latim e é uma alusão ao grande tamanho deste pterossauro. 

 

            

O PTEROSSAURO:

 

  O Lacusovagus magnificens foi um grande pterossauro com boca desdentada, provavelmente se alimentava de peixes e outros animais aquáticos que habitavam a região, tinha uma envergadura de quase 5 metros de uma ponta da asa a outra e a altura de um ser humano adulto. Ele habitou o nordeste brasileiro quando a região tinha um clima tropical, além de possuir um gigantesco lago raso de água salgada, provavelmente alimentada por uma ligação com o mar.

 O Lacusovagus foi encontrado apenas no Brasil, contudo ele faz parte de uma família de pterossauros que alcançaram tamanhos gigantescos, inclusive alguns cientistas duvidavam que tais animais fossem capazes de voar, dado seu tamanho. Outros parentes deste espécime brasileiro podiam ser encontrados até a China, sugerindo que esta família povoou partes do Brasil, do continente Africano e China, algo que é comprovado por outros pterossauros encontrados.

 

 

FÓSSEIS RAROS:

 

  Apesar de conhecidos pelo mundo, poucos foram os fósseis de pterossauros encontrados até hoje, principalmente devido à fragilidade dos seus ossos e dificuldade de preservação. O nordeste brasileiro, por outro lado, tem apresentado uma variedade de fósseis destes répteis alados, permitindo estudos mais precisos de seus hábitos quando vivos. Para a família do Lacusovagus, os Azhdarchoideas, os materiais brasileiros representam animais adultos e completos, enquanto que em outros locais, como a China, são de animais jovens.

 

 

 

COMÉRCIO PROBLEMÁTICO:

 

  Outro ponto é o comércio de fósseis, que prejudica um estudo mais preciso de espécimes de pterossauros. A questão é que retirando o material de qualquer forma e sem identificação, muitas informações se perdem e análises mais precisas não podem ser feitas adequadamente.

  Por último, é preciso lembrar que alguns países permitem a comercialização de fósseis, o que não é o caso do Brasil e, infelizmente, muito paleontólogos estrangeiros sabem disto. Mesmo contra a lei, eles compram fósseis para aumentar coleções de museus e fazem estudos com base nos materiais. Mark Witton tinha, inclusive, conhecimento deste fato antes de batizar o Lacusovagus, porém ele não acredita ser isto um crime já que o museu obteve o fóssil por “meios legais”. Ainda assim, ele é a favor da repatriação do fóssil do Lacusovagus para o Brasil, embora isto ainda não tenha ocorrido.  

Fig. 3:  Retirado de http://www.digitaljournal.com/img/7/8/6/2/7/9/i/4/5/1/o/Lacusovagus_magnificens .jpg, arte de Mark Witton (07/07/2015 às 19:30). 

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